Quem diria. O mundo deu a sua volta mítica.
Nesse momento, lembro o nome de cada pastor que o apoiou. Mantenho viva, inclusive, a cena do coral fazendo arminha.
Não é juízo apressado dizer que um homem que aponta uma caixa de remédios para emas é um lunático. O que dizer de um presidente que passeia de motocicleta enquanto milhares morrem asfixiados? Perverso? Em minha ética não admito que o Comandante em Chefe das Forças Armadas venda relógios em transações suspeitas; isso é falcatrua da baixa criminalidade.
Meu coração bate mais rápido, pois parece ontem quando os que veneravam o falso mito me deram um pé no traseiro. Guardo o telefonema me ameaçando de morte por eu insistir na história do meu pai, preso político, e dizer que jamais admitiria os elogios do presidente ao torturador Carlos Brilhante Ustra.
Me condenaram ao inferno e me chamavam de endemoninhado por ver que nossa democracia era ameaçada.
Enquanto aguardo o desenrolar dos fatos que poderão levar o inelegível à cadeia, dedico um absoluto desprezo a quem não exerceu o dom de discernimento.
Sinto piedade pelos tímidos que não tomaram partido por se considerarem espirituais.
A esses dedico um trechinho do Romanceiro da Inconfidência de Cecília Meireles:
“Em céus eternos palpita o luto
por tudo quanto desperdiçastes…
‘Os pusilânimes!’- suspira
Deus. E vós, no fundo da morte
sabeis que sois – os pusilânimes.
E fogo nenhum vos extingue,
para sempre vos recordardes!
Ó vós, que não sabeis do Inferno,
olhai, vinde vê-lo, o seu nome
É só – PUSILANIMIDADE”.
Por: Ricardo Gondim @ricardogondim
Autor(a), Teopoeta e pastor na @igrejabetesda