O Grupo Gay da Bahia – GGB, instituição histórica na luta pelos direitos LGBT no Brasil há mais de 40 anos, considera inadequada a referência do atual presidente do Brasil, à imagem de um gay, pela Escola de Samba Gaviões da Fiel, de São Paulo, no carnaval de 2022. A referência não é admissível, mesmo usando a licença poética do carnaval.
O GGB entende a rejeição da maioria da população brasileira, a um dos considerados piores presidentes da República, mas entende que uma pessoa homofóbica, supostamente, acusada de diversos crimes no Brasil, e que tem trazido sofrimento à maioria do povo brasileiro, não pode ser relacionado à orientação sexual de homossexual, e nem à identidade gay, nem de forma jocosa, considerando, ainda, que o presidente não seja gay.
O Brasil é o país que mais mata LGBT no mundo, e associar a imagem de homossexuais, mesmo que de brincadeira, à sujeitos homofóbicos e transfóbicos, amplia a vulnerabilidade, o estigma e o preconceito contra os LGBT no Brasil.
Ser gay, afeminado e desmunhecado não é nenhum “defeito”, mas, uma qualidade daqueles que tem uma orientação sexual diversa da maioria assumida dos homens e expressa a alegria, a felicidade e a liberdade de viver e sobreviver.
A Gaviões da Fiel, no seu histórico de defesa das populações oprimidas, inclusive os gays, deveria proibir fantasias que associam as imagens de gays, negros/as, mulheres, crianças, adolescentes, pessoas com deficiência, indígenas, associadas à imagem de pessoas supostamente, racistas, machistas e misóginas.
A Gaviões precisa envolver-se na luta contra a Lgbtfobia, e na defesa da comunidade LGBT de São Paulo e do Brasil. Em 2021, São Paulo foi o estado brasileiro em primeiro lugar em assassinatos de LGBT no Brasil, conforme nosso Observatório de Crimes Homofobicos.
Viva o Carnaval!
Pelo respeito à comunidade LGBT.
Homofobia é crime.