O governador Rui Costa ainda não se manifestou sobre as aglutinações partidárias que começam a desenhar dentro da base de apoio da atual gestão estadual. Dois almoços agruparam lideranças políticas de quatro partidos nesta segunda-feira (3).
De um lado, o senador Otto Alencar (PSD) e o vice-governador João Leão (PP) reuniram-se com os deputados estaduais Ângelo Coronel (PSD) e Luiz Augusto (PP) para discutir a sucessão na Assembleia Legislativa.
O ato político oficializa o acordo já anunciado nos bastidores da política baiana a respeito de como se portarão os parlamentares destas siglas na eleição de fevereiro quando será escolhido o “novo” presidente do Palácio Luís Eduardo Magalhães. O entendimento é de que um dos dois será candidato e quem não for apoiará o escolhido.
Do outro lado, a alguns quilômetros de distância, o atual presidente da Assembleia e candidato à reeleição, Marcelo Nilo (PSL), almoçou com a senadora Lídice da Mata (PSB). Selaram um acordo para 2018.
A “carta de intenção”, segundo Marcelo Nilo, tem o compromisso de marcharem juntos em 2018. Lídice trabalha para ser candidata à reeleição, contudo, no jogo político estadual a briga pela única vaga ao Senado na chapa majoritária está longe de ter definição.
A outra vaga está reservada para o ex-governador Jaques Wagner que atualmente coordena o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social.
O peso da aliança PSD e PP é mais significativo. Os dois partidos comandam bancadas grandes de deputados federais e estaduais, além de ter um número expressivo de prefeituras geridas por seus representantes. O PSB de Lídice da Mata cresceu nas últimas eleições, assim como o PSL de Marcelo Nilo.
Rui Costa assiste à disputa sem ter muito o que fazer neste momento. Não pode esticar a corda em favor de nenhum sob pena de assistir uma debandada para o ninho do prefeito ACM Neto (DEM). Para além, ainda pode se deparar com o crescimento de uma terceira via na disputa tradicional entre dois polos políticos.
Neste sentido, a participação do governo estadual na eleição para presidente da Assembleia Legislativa deve ser, conforme fontes deste site, mais que discreta. “Deve ser imperceptível”. Algo que para olhos treinados como os de Otto, Leão, Nilo e Lídice não é tarefa simples.