O fim do mandato de Barack Obama tem sido motivo para repetidos balanços de sua gestão, fartos na mídia, quase todos coincidindo num olhar benevolente sobre o seu período, como que a contrastar com o mandato de Donald Trump que se inicia, para o qual a grande mídia oligopolizada, derrotada em seu intento de eleger Clinton para dar continuidade a uma política que favorecia a industria da guerra e ao rentismo, já tem plena autorização até para debochar do empresário eleito presidente. Nunca um presidente norte-americano foi tratado com tamanho deboche e achincalhe como o que os meios de comunicação, até mesmo nas semi-colônias, como aqui se vê pela linha editorial da Globo, foi tão crítica, mordaz e aparentemente “independente”, como agora em relação a Trump.
Por isso mesmo, o primeiro a ser questionado é a veneração que a mídia oligopolizada mundial dedica ao Prêmio Nobel da Paz, Barack Obama, já em que seu mandato foram multiplicadas as ações guerreiras dos EUA, os orçamentos para a indústria bélica, em detrimento da indústria em geral, sem que se tenha visto, em contrapartida, uma única assinatura de um acordo de paz, que justificasse aquele prêmio. Barack Obama, com a participação de Hillary Clinton, à frente de um ministério composto por ex-membros dos governos Clinton e Bush, levou ao extremo uma política de desprezo por qualquer acordo com a Rússia, chegando ao cúmulo de estimular uma guerra na Geórgia , vencida pelo governo de Moscou, e um sangrento e fascista golpe de estado na Ucrânia, com enorme perda de vidas, isso sim uma interferência ilegal em outro país, além de uma escalada sem precedentes nas tensões contra os governos de Putin e de Medvedev.
Obama foi muito mais além nesta agenda negativa escondida pela mídia. Como Prêmio Nobel da Paz descumpriu ,oficialmente, acordos em torno de mísseis balísticos, dando seguimento à política de confronto de George W Bush, porém superando aquele demente que quase levou o mundo ao precipício da guerra nuclear. A retirada parcial de contingentes militares dos EUA do Iraque, foi substituída pelo apoio à formação de dispositivos militares terceirizados, tal como reconheceu a Secretária Hillary Clinton, confessando a participação direta dos EUA na formação da Al Qaeda. Talvez isto ajude a explicar porque o corpo do declarado morto, Bin Laden, nunca apareceu…..
Para aqueles que, afrontando a necessidade de contextualização,pretendem apresentar o período de Obama como de um êxito econômico, citando a recuperação de um nível de crescimento anual em torno de 3 por cento na economia dos EUA, recomenda-se confrontar o resultado a crise financeira de 2008 resultou em muito maior concentração econômica, com o estado salvando grandes bancos e empresas, tendo talvez , como um único preso, o financista Maddof, empresário que teria lesado toda a Wall Street, sendo muito mais um atestado de uma fraude sistemática , e admitida, a forma de funcionar do sistema de finanças daquele país, do que na realidade um exemplo de punição. A recuperação de segmentos da economia, sobretudo aqueles vinculados à economia de guerra, contrastam com o crescimento do desemprego, com a queda dos salários, com o empobrecimento generalizado da população, resultado tão negativo na Era Obama que foi um dos fatores que pesou na própria derrota eleitoral de Clinton para Trump.
Destruição econômica criminosa
Os analistas que se dobram ante estas descontextualizadas taxas de crescimento econômico dos últimos anos do governo Obama, não se referem nunca à destruição causada pelas guerras levadas à frente pelo Prêmio Nobel da Paz contra a Líbia, a Síria, o Afeganistão, o Iraque (a retirada parcial de tropas , não representou o fim da intervenção militar naquele país). No caso da Líbia, a pequena recuperação da economia dos Eua é o oposto da destruição da economia líbia, país que oferecia os mais elevados indicadores de IDH da África, com saúde, educação, habitação gratuitas, renda per capita muito elevada e um salário mínimo que alcançava a 1300 dólares. Nestes casos, os que a mídia registra como custa da guerra, é na verdade, um sanguinário lucro das empresas de guerra.
É interessante notar que entre os tantos os que querem fazer louvações aos supostos logros econômicos de Obama, encontram-se segmentos progressistas, como o Movimento Negro no Brasil, e uma parte da esquerda européia, que silenciaram ante a ocupação militar à Líbia, comandada por Obama, que promoveu um bombardeio ininterrupto de 166 dias àquele países que não era nenhuma ameaça para os EUA, ou a França, ou a Inglaterra.
A Gargalhada macabra de Hillary Clinton
Líbia e Síria: alertas ao Brasil
Mas, devem também fazer parte de qualquer avaliação do período Obama, quando pela primeira um negro freqüentou a Casa Branca não como serviçal, que foi em seu período que mais cresceram as ajudas militares e financeiras dos EUA para Israel, apesar do aparente desentendimento entre os dois governos. Além disso , o presidente negro teria autorizado um total de 1214 ataques de drones contra povos muçulmanos, verdadeiras execuções de inocentes, penas de morte voadoras, sem julgamento, sem condenação , sem investigação, totalmente ilegais e injustificáveis,ou seja, nada que o fizesse merecer o tal Prêmio de Oslo. Estes cálculos deveriam fazer parte das avaliações do Movimento Negro no Brasil….
Obama se vai, a Revolução Bolivariana continua
Para fechar qualquer balanço de Obama, deve-se fazer menção à declaração recente de seu insuspeito Secretário de Estado, John Kerry, informando que “ Obama apoiou o Estado Islâmico na intenção de que a sua atuação na Síria ajudasse na derrubada do Presidente Assad, mas, a Rússia entrou na cena e frustrou nossos planos”. Não é um blog de esquerda quem diz isto, é o próprio Secretário de Estado, falando de seu presidente!!!! Ademais, abundam as provas que de este instrumento de terror internacional, o Estado Islâmico, possui apoio financeiro, material e assessoria militar formal e direta dos EUA. Este é o fruto da gestão do Prêmio Nobel da Paz, Barack Obomba.
Para finalizar, Obama não descartou fazer uso dos expedientes imperiais de sempre contra países da América Latina, entre outros a espionagem, que atingiu até mesmo Dilma e a Petrobrás, como também o apoio às ações de desestabilização e golpe, aplicadas contra governos democráticos do Brasil, do Paraguai e de Honduras. Além disso, jamais descansou na intenção de fazer fracassar a Revolução Bolivariana, declarando a Venezuela, por decreto presidencial, “uma ameaça extraordinária aos EUA”. Só se for por seu exemplo moral, de ser um país que jamais agrediu qualquer outro país, de possuir um governo que edificou um sistema justo de educação pública e gratuita, eliminando o analfabetismo, e um sistema de saúde de causar inveja aos EUA, onde quem não puder pagar, fica de fora dos hospitais. Pois bem, apesar de 8 anos de sistemática e ilegal sabotagem de Obomba, a Revolução Boliivariana segue em frente, apoiada na exemplar união cívico militar, enquanto o decreto do falso Prêmio Nobel da Paz segue como marca de um mandatário que não conseguiu sequer assinar um único acordo de paz!