A cultura é o tecido social que nos protege da carne viva. A cultura vem do coração, salta pela íris e transforma as civilizações. A cultura é vento solar que semeia de maneira indiscriminada. Qualquer tentativa de tentar cecear a cultura, veremos oceanos de ideias inundar a supressão bestial.
Ao longo dos governos ditatoriais, a cultura é uma das primeiras trincheiras a ser atacada. Sem ir muito longe, o pós-golpe de 64, o Cinema Novo foi desmembrado, os teatros de resistência invadidos, nossos músicos foram presos e exilados, poetas e artistas de todas as áreas torturados e mortos. Mas não mataram a cultura. Muito pelo contrário, a dor de um, era a voz do outro e num canto coletivo de cultura/política resistimos ao tempo da maldade até a redemocratização.
Alguém esquece as canções de Chico, Raul, o canto doce e fatal de Nara Leão?! O diretor do filme Parasita, Bong Joon-ho, vencedor do Oscar, revelou ao mundo que a sua maior inspiração no cinema foi o filme de Glauber Rocha, Deus e o Diabo na Terra do Sol. Mesmo sufocado por porões, a minha geração transmitiu a cultura pulsante a frente. Nos períodos de maior opressão cultural, a cultura se fortaleceu.
Pagamos alto preço, é inegável. No entanto, não nos derrotaram.
Lamentavelmente, o desgoverno brasileiro trata a cultura como “o Pum do palhaço”. Palavras da própria secretária de cultura Regina Duarte, a namoradinha do Fascismo.
A cultura do Bolsonaro, sem sombra de dúvidas, não passa do Pum do palhaço. Eles vão trabalhar para destruir a cultura de verdade. Daí então os brutos vão descobrir do que a cultura é feita.
Resistiremos! Colocaremos o bloco na rua para defender este patrimônio universal. É impossível matar o que eles não podem ver! E nós estaremos em todos os lugares.
Josias Gomes – Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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