Mesmo após ter sido fotografado durante uma autuação do Ibama, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, omitiu, na última sexta-feira (9), ter sido flagrado enquanto pescava em uma área de proteção ambiental, em 2012.
Durante uma live no Facebook, Bolsonaro chegou a dizer que foi multado pelo Instituto, mas negou que estava presente no momento do flagrante.”Eu fui multado em R$ 10 mil na baía de Angra. Data, se não me engano, foi 12 de março de 2012. Mas o que eu me lembro perfeitamente é que foi numa terça-feira, 12h20. Só que, às 15h30, apareceu a primeira digital minha no painel de presença na Câmara. Então, eu não estava lá”, disse.
No Facebook, o presidente disse ainda que foi “massacrado” por um crime que não cometeu. No vídeo, Bolsonaro relata: “Fui aqui, no Ibama do Rio, na superintendência, não teve jeito, me mandaram pro Supremo Tribunal Federal (STF). Respondi por crime ambiental, ralei igual a um cão. Fui massacrado como deputado federal por um crime ambiental que eu não cometi, porque estão nos autos a data e o horário.”
Os autos da multa aplicada pelo Ibama, no entanto, incluem a foto de Bolsonaro no momento em que foi flagrado pescando sobre um bote inflável na ilha de Samambaia. O local está dentro da Esec (Estação Ecológica) de Tamoios, categoria de área protegida que não permite a presença humana, na região de Angra dos Reis (RJ).
Segundo a documentação, o flagrante ocorreu às 10h50 do dia 25 de janeiro de 2012, uma quarta-feira. Os agentes presentes relataram que Bolsonaro se negou a mostrar os documentos e chegou a ligar para o então ministro da Pesca, o hoje deputado federal Luiz Sérgio (PT), para se livrar da autuação, mas sem sucesso.
DEFESA
Apesar de ter sido fotografado diante de seis agentes, Bolsonaro recorreu da multa alegando que não estava presente no momento do flagrante.
Em defesa protocolada no Ibama em 22 de março, Bolsonaro afirmou que estava decolando do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, na hora da autuação.